But i try..

But i try..

segunda-feira, 20 de abril de 2015

“Ei, garotinho. Como tens passado? Como anda a vida? Ainda soltando fiapos de suas teorias pelo vento? Teu coração ainda bate mais forte no inverno? E tuas estrelas? Ainda brilham ou a constelação de pisca-piscas resolveu por fim se recolher? Deve estar estranhando receber notícias minhas, depois de tanto tempo. Provavelmente vai fazer uma careta, resmungar meia dúzia de palavras gastas e deixar um gosto de adeus selado com teu abraço. Dessa vez te imploro, espera, porque é importante.

Eu descobri o motivo da tua dor. É, descobri o que te afliges e, pequeno, eu precisava fazer algo a respeito. Por que é que nunca me disse? Deveria ter compartilhado comigo, transformado em versos ou dado ao menos algum indício. Você tem música dentro de si, é isso. Uma orquestra sinfônica inteira, repleta de acordes, rimas, rifles e melodia. Mas ficou tudo tão preso por dentro, pra dentro, que a partitura acabou por tornar-te cárcere dela mesma. A ruminar essa poesia, aprisionou-se em uma semântica que só o que sabe fazer é te engolir todo.
Você tem mais música em si do que imagina e está tocando tão, tão alto que eu tenho vontade de te pegar assim pelos braços e rodopiar contigo até que a vertigem chegue.”


(por Paolla Cordeiro)

quarta-feira, 1 de abril de 2015


" — People, they love blood. they love action. not this talky, depressing, philosophical bullshit." Birdman