But i try..

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sábado, 19 de agosto de 2017

Sobre cortinas cinzas, sonhos e pilulas.

Foi numa dessas manhãs sem sol que percebi o quanto já estava dentro do que não suspeitava. E a tal ponto que tive a certeza súbita que não conseguiria mais sair. É, alguns costumam dizer e anotar em cadernos em uma sala de consultório, com uma vista para uma cidade cinza, chamada porto alegre, que é fase, e vai passar.. É, continuo não dormindo cedo, continuo abrindo a geladeira sem pensar, continuo fazendo chás quentes de madrugada, continuo fumando muito agora mais do que antes, a moça das cortinas cinzas disse que não deveria misturar remédios, mas o vinho continua sendo meu amigo. É, eu continuo rabiscando as paredes, chorando no box, escrevendo coisas que nunca serão ditas, talvez nem lidas, continuo sentando na minha janela e conversando com a lua. A moça que anota coisas, me disse que os remédios tem efeitos colaterais, bem que eu percebi em uma dessas conversas na janela recebi uma visita. Eu tenho tido um sonho bom, e nele eu visto preto. eu corro para um lugar tipo Grand Canyon em Arizona, tem um balão me esperando lá. Aí eu acordo, vejo a primeira poeirinha do sol querendo entrar pela janela, e tudo o que eu quero é voltar para o sonho. eu poderia viver lá dentro. I want to hold the hand inside you, mazzy star canta pra mim. Mais uma pilula, e as pupilas dilatam para realidade cruel, dolorosa, atroz, lancinante, pungente, cruciante e torturante que é viver nos tempos atuais. Preciso dar um jeito nesse negócio que é: sentir.


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