But i try..

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domingo, 31 de julho de 2016

Memorias de garrafas

Era você
Era você que apertou o interfone subiu no meu refugio, entrou no meu poço e abraçou minha alma.
Eramos nós
Eramos nós naquela tarde cinzenta em que você veio me trazer um vinho e me tirar de casa, lembra? ainda guardo a garrafa com data marcada El Ciprés Mendoza 2009
Eramos tão jovens, completamente cheios de vida, de natureza morta, de copos cheios, corações jovens já doídos e de sonhos inacabados. e novos ainda guardados
Linda, completamente lindos e insanos corremos entre as calçadas ainda com a garrafa nas mãos entramos ali. Me arrisco arriscar um risco Te marco em meu braço pra sempre, em cada gota de tinta que perfura minha pele tenho eu, tenho tu. 20 anos ali
Irmã de peito, irmã de coração, de risco, de risada e confissões.
Ainda carrego seu coração comigo
Eu o carrego no meu coração.



sexta-feira, 29 de julho de 2016

[amadores]



Esse é o grande problema do que um dia foi Nós: você achar que eu te odeio.
Não se garanta, o que me interessava em você era o amor porque a falta dele me faz um ninguém, e é exatamente isso que acontece: sentir falta, não da pessoa em si, mas sim do sentimento, e a falta de amor é tanta que te faz até pensar que o que falta é da pessoa, quando não. É maravilhoso amar alguém, o amor entra por cada célula do seu corpo e age como oxigênio para os tecidos, o amor te inspira, te renova, te faz acordar 5 horas da manhã e ser feliz e é exatamente isso que sinto falta em você: O que você me proporcionou.E eu fico feliz, de verdade, em ter quebrado a minha cara, fico feliz porque eu sei que fui cem por cento verdadeiro quando olhei em seus olhos e pensei que era você, mas não era.Não foi você, mas foi com você. Foi com você que o amor chegou até a mim e me deixou com coração puro e só por isso valeu a pena. Eu não te odeio. Eu te agradeço, você foi um veículo transportador para um sentimento tão importante para mim. E apenas pelo fato de não odiar você mesmo com todos os motivos do mundo me faz um vencedor. O amor valeu a pena. Eu amei amar você.

domingo, 24 de julho de 2016

Deixa fluir..



Deixa fluir
Deixa florir
Deixa o que for
Ir...
Ao encontro com a possibilidade
Se jogar
Ao mar
Almar como verbo de intensidade
Abrir o corpo às múltiplas cores que nos atravessam
Sentir cada centímetro de nós se transformar em quilômetros
Extensão ... ex-tensão
Ir até onde não fomos ainda
Experimentar maneiras de existir inéditas
Deslizar por entre possíveis
Rasgar os manuais, os diagnósticos
E inventar nossos caminhos e (des)caminhos
Não há razão sem loucura que a atravesse
Coitados daqueles que 'vivem' sem experimentar sua loucura, seus desvarios, perder as rédeas, as estribeiras...
Libertar-se das amarras que nos dizem como DEVEMOS ser, estar, falar, sentir...
Perder-se no caminho, rasgar o mapa que nos leva a uma felicidade artificial, comercial, figurada na televisão
Não adianta a religião, a medicina, a Psicologia tentarem inventar caminhos pré-concebidos
É preciso inventar nosso caminho, perceber com os poros o que nos faz vibrar, captar que forças nosso desejo agencia e compor nossas cartografias, mapeando em ato o que nos faz devir-rizoma
E o que tente nos fazer desamar, desabar, desalmar que possamos desamarrar...
Predicados pluralizando o que faz o mar infinito
Desfazer do que está posto, do rosto, do eu, do ser
Existem um milhão de forças virtuais do Fora entre mim e você
DiferenCrie-se todos os dias!
Em meio a uma porção de deveres
Um milhão de DEVIRES!

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Essa eu escrevi pra você

É, eu sei. Eu me pergunto também que trem eu peguei pra descer neste ponto.
Ponto, virgula, reticencias. whatever.  
O que a gente espera do amanhã de manhã? Tu vens, tu vai?  Tomas um gole e me olha perdido, como se fosse peixe dentro de uma xícara de café preto amargo e sem açúcar.  
E quem está aí dentro ou quem quer sair daí? Tá vivo?

A proxima sessão é as 19h, aquele filme com a Sophia Loren de 74, que provavelmente você nunca assistira porque dormiria em todos. Essa sala vazia, queria ser viva. Película antiga sabe que muitos outros antes de você e eu, se fitaram aqui. 
Eu, ladrão de beijos.
É, talvez eu tenha gostado de você. Ou talvez não. De algum modo eu já sabia eu já sabia eu já sabia que você não permaneceria. É, talvez eu tenha gostado de você, talvez fosse paixão eu não sei, talvez eu pudesse te amar um dia eu não sei, talvez eu tenha gostado quando chegávamos tirávamos a roupa e transavamos loucamente, pela porta, pela parede, pelo espelho, pela mesa ao som daquele album vermelho do Caetano. Esse mesmo. Fumava um cigarro, me olhava completamente nu, completamente louco, completamente lindo. E eu pensara meu deus vai ser o meus caos mais bonito. Daí deveria ser aquela hora que eu deveria seguir o que está no script, vestia as roupas calçava os sapatos e ia embora, mas naquela noite eu fiquei. Eu quis ficar, te abraçar por tras, na cozinha, no banho, no espelho, te apertar no meu peito e só ficar ali. Olhe lá onde estou me metendo. Achando que estava agradando.

Verborragic(alma) eu verborragicamente falo. Tu me olhas analisando, provavelmente tirando conclusões precipitadas e erradas ao meu respeito. Por mais que eu me coloque no teu lugar, eu ainda vou pertencer a lugar nenhum desta porra-de-mundo meu bem.  Porque eu sei a dor e a delicia em nunca ser aquilo, que queriam que eu fosse. Não se cobre tanto, permita-se voar do ninho um pouquinho, eu adoço a vida com empatia, escolha, surrealismo e realidade e eu tenho um punhado de sonhos doidos pra dar certo, a gente aprende mesmo é quebrando a cara meu caro, sendo expulso de casa, trabalhando todo o dia, comprando uma passagem sem saber onde vai dar, e se por acaso não der .. amanhã vai ser outro dia sabe? Visto meu traje vermelho, pilho meu olho de escuro e saio a na rua, saio na luta.

Baby, you dont know me, and you'll never get me know me. Eu vim de um planeta distante, desci aqui de balão e tenho uma missão, tem um barco me esperando pra proxima estação. Diz que vai me levar pras franjas do mar um dia. E você, ah você ainda está na beirada da porta. Talvez eu te leve sementes em um dia de primavera ou quando você sair do seu edredom, venha até mim. Eu não te prometo que as coisas sejam perecíveis, mas aqui tem estoque de sinceridade e amor. Tem-muito-amor. Amor não é falta, nem saudade, devemos cuidar o que está por perto, não o que está longe do jogo alcançado. Antes disso, tome de um gole de realidade, depois venha passear no meu jardim, talvez em mim. Bilha vai, bilha que o sol bate na tua janela, é só deixar ele entrar. Eu caleidoscópico, bebado, sereno, disperso e incerto. poetico, eletrico, hermético, pragmático, pulsante e selvagem. Vivo, (in)sensivel, instintivo, ácido, simpático, apático, confuso e cruel. Erratico, elástico, enfático continuo aqui... raptando loucos, sequestrando sorrisos, roubando beijos. E escrevendo historias como essas que ninguém lê.




Verborragic(alma)


A verborragia e o meu apreço por pessoas que se mostram por inteiro Verborragia: ”compulsão para falar, loquacidade exagerada que se nota em determinados casos de neurose e psicose, como se o paciente, assim, quisesse dar vazão ao grande número de idéias que passam por sua cabeça; logomania” Li esse adjetivo em algum lugar e incluí-o, imediatamente, no meu vocabulário em eterna (des) construção. É que ele define de forma inigualável quase todas as pessoas que mais amo nesta vida.
Detesto essa mania moderna de economizar. De poupar. De guardar. De se esconder, de se proteger, de não se valer. Detesto a falta de empolgação de quem diz “oi” e “tchau” quase ao mesmo tempo. Acho de uma covardia intraduzível quem esconde as palavras e os sentimentos lá no fundo pra não se machucar.
Deve ser por que sou do tipo que mete a cara. Que mergulha, se afoga, se fere e se recompõe – mas não deixa de ser quem é nem por um minuto. Por que prefere ser julgada a ter que se omitir. É por isso que eu gosto de quem se mostra inteiro e permite que eu faça o mesmo.
Não me surpreende, também, que este adorado adjetivo – que não saiu da minha cabeça por dias, não sossegou até ser despejado no papel –seja considerado uma patologia, seja empregado pejorativamente. Seja confundido, comumente, com tagarelice. Dane-se, eu amo mesmo assim – aliás, tudo o que amo nesta vida tem um quê de loucura e esquisitice.
Sem tentar, nem por um minuto, ser técnica – até por que a minha posição não me exige isto – arrisco dizer que os verborrágicos são diferentes dos tagarelas, e diferentes pra melhor, por assim dizer: não me refiro ao que fala sem parar, sem filtro e sem bom senso. Não. O verborrágico fala muito e fala o necessário. Fala o que sente, o que pensa, o que o outro precisa ouvir. Fala com os instintos e com o coração. O verborrágico ao qual me refiro é aquele que não tem medo de se cuspir pela boca. De dar vazão à alma através dos verbos. É o que te abraça com dezenas de sílabas. É quem não tem medo de se traduzir. É o que se dá ao luxo de se mostrar em um mundo em que cada palavra pesa contra você.
Que me perdoem os monossilábicos: mas eu gosto é de quem se expressa.
por Nathalí Macedo

2.5 Daqui pra frente

— Embora aos trancos e barrancos, a gente não para, a corda balança mas a gente não cai, a gente desata os nós e se precisar a gente faz outros bem fortes, a gente segura aquela barra, segura o coração, a berenice ou aquele smartphone, a gente chora de alegria, de ansiedade ou se emociona em segredo numa quinta-feira a tardinha voltando pra casa, a gente conversa com nós mesmos.. em silêncio, cochichando, cozinhando, cantamos no banho, abrimos a geladeira pra pensar, morremos de vergonha alheia daquele dia na areia, a gente dá gargalhadas altas põe a mão na cabeça e ri de novo, a gente só quer dormir, a gente só quer fugir, quer correr, dançar, gozar, gritar, viajar. teletransportar.
Esquecemos as vezes da nossa essência, porque a gente ainda tem medo. A gente ainda quer saber o que há novo (eu quero saber de boas novas) a gente ainda tem fome e nunca se sacia. A gente esquece de agradecer pelo que conquistamos até aqui, ou por quem lutou pra que chegassemos ate aqui. Mas não esquecemos quando saltamos do balanço pela primeira vez ou quando beijou, se formou, namorou, tomou um porre com os amigos, errou na receita do bolo, colocou sal no café, dessas coisas.. desses momentos, dessas pessoas bonitas que estiveram com a gente nessas historias que fazem ser o que somos hoje.
E Hoje, aqui.. no meu ritual, ouvindo minha musiquinha na luz baixa, curtindo meu vinho, meu chocolate meio amargo rs (não vim pra agradar) mas pra agradecer; agradecer por ter chegado até aqui, neste ano mais uma vez. Agradecer a todos meus amigos, aos chegados.. por aqueles abraços demorados, aquelas confissoes cabulosas, os sorrisos timidos e as gargalhadas na calçada, as quebradas-de-galho, as indiadas, as cevas, os xis gordurosos, as taças de champanhe, as garrafas de vinho, as jantas improvisadas, os livros emprestados (e ñ devolvidos rs) as dancinhas bizonhas e aqueles sorrisos encantadores que consegui tirar de vcs.
E que mesmo as vezes não estando muito presente como gostaria, queria dizer que vcs tem um papel importante na minha história de crescimento, algumas coisas mudam e isso é bom, porque que cada capitulo é novo começo, onde vcs estão dentro.
Gratidão  — Daqui pra frente

sexta-feira, 15 de julho de 2016

40 minutos depois

Eu venho para o mergulho. Atravessar as fronteiras.
Me aproximar do horizonte. Voltar a superfície, o
azul contemplativo do nosso abraço: largo e lento -
para que não haja fim. Para que o tempo desperte
todas as formas de entrega. Para que possamos
deslizar e ver e ser, raízes. Uma dança dos véus
de todas as cores, como quando o vento invade
os galhos. Quando podemos pensar que sim.
Sim, eu sinto. Sou parte e sim!
Todos os dias o céu me invade pelas narinas. Frio ou quente. Não importa! Vejo tantas pessoas que atravessam o mesmo caminho, que possuem os mesmos trejeitos. No entanto, nada enxergam um dos outros. Caminham na beira da pressa, dos ponteiros, das catracas de seus anseios para mais um dia na vida. E é quando eu me lembro que estou respirando, que o sangue circula, o coração bate. O interno de mim acontece. Reconheço as tentativas frustradas dos encontros que nunca acontecem. Que sequer existem. Que talvez, ninguém queira. Mas o que encontro adiante me ergue aos palácios do transe. Três horas nunca serão o suficientes para se dançar. Para amar com esse amor que derramo da ânfora. Pois já não me interessa os pastos, ou assumir-me camelo, carneiro, cabra. Eu preciso das cinzas, onde haverá o amanhã da fênix. Onde as carrancas espantam os maus espíritos. Onde me torno o viajante que se curva ao primeiro som do tambor. A coluna se contorce em C. A cartilagem etérea que liberta algo da alma Simiesca e me conecta ao sol. Estou vendo outros olhos - das pessoas que não pareciam reais. Elas trocaram de lugar conosco. Juram que não existimos ou enlouquecemos em meio ao instante fora do tempo que criamos ativamente, recriamos e por fim destruímos. 40 Minutos depois, a paisagem não é a mesma. Choramos emocionados e sem lágrimas nossos corações, depois de ser flecha. Presenteamos.
.
(Primeiro "relato" poético integrando o
Nutaan 2016Taanteatro 25 Anos)
Imagem Sophie Aguilera.