Ao som de Chet Baker, encosto minha cabeça na parede úmida, lá fora a chuva parou.
No silêncio dessa madrugada somos eu e você, você quem? Quem está aí?
Tranquei a porta, e não sei onde deixei a chave.
Aperte a campainha da próxima vez. quero te ver tua imagem retorcida no olho mágico. Minhas mãos estão dormentes, já estou na terceira taça, mas já foram 2 pílulas ao som do piano, tudo é
slow
d.
o.
w.
n..
... tudo é divino e maravilhoso.
— Ah me deixem! Me soltem, me deixem saltar!
Não há mais motivos, para não querer voar, eu
quero
voar
eu quero voar, quero voar com ele.
Trompete que toca, que pouco a pouco já vou me entregando.
Viro a taça no tapete, por cima do meu rosto e peito, já não me importa, quero fundir latifúndios dos reinos do nosso coração. e em notas musicais propagar por aí. Folhas de notas molhadas, cabelos encharcados, vinho e sal que caem dos meus olhos. Estou a me entregar deitado no chão, de taça na mão, no deleite do som, do coração.
De olhos abertos fixados naquele furo bem no alto do teto, adormeço
e a chuva volta.
— Psiu, tu que está aí.
apague a luz e não deixe ninguém entrar.
(sobre ouvir chat baker em dias de chuva)