Durmo, acordo.
Encosto minha testa na parede fria. congelo e tudo a minha volta pega fogo.
Pega fogo na cozinha, pega fogo na sala, pega fogo na outra sala, pega fogo no corredor, pega fogo lá fora.. buzinas, alarmes assoam, mulheres e homens correm atras de garrafas vazias. e eu sou o liquido.
Tudo inunda, tudo aqui é submerso.
É meu descongelamento que grita. São camadas que derretem, minhas geleiras desmoronam-se. mas continuo sólido. e tudo perto de mim é mar.
nado dentro de mim e encontro navios abandonados, cavalos marinhos, sereias de cabelos rosados.
Cantam um bela canção que é mais ou menos assim:
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Ouviu?
A canção fala sobre um cavalo, um cavalo que vive dentro dela.
Ele trota em seus campos que nunca são pequenos, suas montanhas são tão altas, seus bosques profundos e seu quintal é imenso. Ela beija o focinho do cavalo, me olha suavemente e me diz:
— Agora você deve cuida-lo.
Sirenes ecoam. Arrobam a porta!
E ondas verdes espumantes agora saltam em câmera lenta, levando tudo o que vem pela frente.
Como uma porta de trem que se abre ou gota que faz transbordar o invisível.
wake up!
A geladeira já descongelou.
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