But i try..

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sábado, 18 de outubro de 2014

Sobre ouvir Chat Baker em dias de chuva



Ao som de Chet Baker, encosto minha cabeça na parede úmida, lá fora a chuva parou.

No silêncio dessa madrugada somos eu e você, você quem? Quem está aí?

Tranquei a porta, e não sei onde deixei a chave.
Aperte a campainha da próxima vez. quero te ver tua imagem retorcida no olho mágico. Minhas mãos estão dormentes, já estou na terceira taça, mas já foram 2 pílulas ao som do piano, tudo é
slow
       d.
          o.
             w.
                n..

                     ... tudo é divino e maravilhoso.

— Ah me deixem! Me soltem, me deixem saltar!
Não há mais motivos, para não querer voar, eu
                                                                             quero 
                                                                                        voar

eu quero voar, quero voar com ele.

Trompete que toca, que pouco a pouco já vou me entregando.
Viro a taça no tapete, por cima do meu rosto e peito, já não me importa, quero fundir latifúndios dos reinos do nosso coração. e em notas musicais propagar por aí. Folhas de notas molhadas, cabelos encharcados, vinho e sal que caem dos meus olhos. Estou a me entregar deitado no chão, de taça na mão, no deleite do som, do coração.
De olhos abertos fixados naquele furo bem no alto do teto, adormeço
e a chuva volta.
— Psiu, tu que está aí.
apague a luz e não deixe ninguém entrar.

(sobre ouvir chat baker em dias de chuva)












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