But i try..

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quarta-feira, 12 de março de 2014

Folha 10.

Acabo de ser raptado por ela.
te escrevo agora nesta folha amarela. Experiência tal como ele diria: transcendental.
Fomos além da matéria viva.

Eu aqui sozinho deitado em minha cama com meia dúzia de cigarros amassados, minha xícara noturna; combustível quente de café. Eu aqui: ela lá.
Não espera; já perto do final pude me dar conta que ela já estava aqui, e que segurava sua mão o tempo todo. ou ela segurava a minha? Eramos eu e ela, no silencio da madrugada.

_Balbuciava feito criança, deitava em seu colo e a deixava me cariciar com sua palavras.
Fecho meus olhos, movo-me para o canto da cama já estreita e a convido para deitar-se comigo.
Estendo minha mão, e sinto teu calor.

Que honra! Me deste a essência!
Essência e sabedoria de ser inumano. de estar vivo pela mais fina e inatingível sensibilidade de ser.
Estar vivo é inumano. Ser inumano, não significa ser desumano.

Aprendo contigo, minha mãe-essência.
Aprendo também que quem fala demais é porque não tem muito a dizer.
E quem não escolhe a fala é porque já cansou de dizer. mas tem muito a ser dito, e diz
(o que não se ouve; ah meus amores, mas isto é segredo nosso)

_Sorrio incansavelmente.
Olho para ela daqui, e ela de lá. Me assististes aprendendo a dizer as primeiras palavras sem falar.

Por enquanto não sei quando vou me cansar totalmente, mas ainda grito.



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