But i try..

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segunda-feira, 3 de março de 2014

Folha 6.




Olho para o vaso de planta caído ao chão. Ele me olha de volta e me diz:
 - Cuida de mim, troque-me de vaso e me faça florir.
Não sei se já neste momento tenho tamanha vontade ou poder de curandeiro.
- Não posso te curar, planta.
Para isso devo achar o remédio. esse remédio se chama: vontade. Essa que já não cabe mais em mim
que no entanto agora minha vontade é aquela de não-ter-vontade-alguma. é o que tenho.
Estagnados estamos.
Você planta; eu caule.

Pragas tomaram-nos conta. ou por descuido caímos e ali ficamos. Mas mesmo parecendo mortos ainda estamos vivos. o que chamo de natureza morta-viva. tomando assim deitados: água de chuva e sol forte.
- Agora quem te cuida já não sou mais eu, minha planta.
Já é hora de sair do seu vaso e esparramar-se pelo solo. só.
Já tens o que necessita, vá em busca de outras plantas através deste solo. crie raízes. levante o concreto.
rache este vaso.

Mas agora a planta me olha novamente e me diz:
- Não posso, sou violeta. E só quem é violeta, sabe o que é ser violeta.







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